domingo, dezembro 07, 2025

MANUAL PRÁTICO DE DIREITO INTERNACIONAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL


 

MANUAL PRÁTICO DE DIREITO INTERNACIONAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

 

JORGE RODRIGUES SIMÃO

 2026

 

Introdução Geral

o    Conceito e evolução histórica da propriedade intelectual

o    Justificação da protecção internacional

o    Metodologia e enquadramento jurídico

2.      Fundamentos do Direito Internacional da Propriedade Intelectual

o    Princípios estruturantes

o    Fontes jurídicas internacionais

o    Intersecções com o comércio internacional e os direitos humanos

3.      Convenções e Tratados Internacionais

o    Convenção de Paris (1883)

o    Convenção de Berna (1886)

o    Acordo TRIPS (1994)

o    Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT)

o    Tratado de Marraquexe

o    Tratado de Budapeste

o    Convenção de Genebra sobre os Circuitos Integrados

4.      Organizações Internacionais e Mecanismos de Governação

o    OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual)

o    OMC (Organização Mundial do Comércio)

o    UNESCO e a protecção do património imaterial

o    Tribunal Internacional de Justiça e arbitragem internacional

5.      Direito Comparado e Sistemas Regionais

o    União Europeia: Directivas e Regulamentos

o    Estados Unidos: USPTO e jurisprudência relevante

o    China: evolução normativa e desafios contemporâneos

o    Mercosul e CPLP: perspectivas de integração

6.      Portugal

o    Enquadramento constitucional e legal

o    Código da Propriedade Industrial (Decreto-Lei n.º 110/2018)

o    Direitos de autor e direitos conexos (Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos)

o    Jurisprudência relevante dos tribunais superiores

o    Papel do INPI e cooperação internacional

o    Desafios contemporâneos: digitalização, IA e protecção de dados

7.      Macau

o    Enquadramento jurídico sob a RAEM

o    Lei n.º 43/99/M - Regime da Propriedade Industrial

o    Lei n.º 5/99/M - Direitos de Autor e Direitos Conexos

o    Relação com a China e tratados aplicáveis

o    Cooperação com a OMPI e lusofonia jurídica

o    Jurisprudência local e desafios de harmonização

8.      Desafios Contemporâneos e Perspectivas Futuras

o    Inteligência artificial e criação autónoma

o    Blockchain e registo descentralizado

o    Biotecnologia e patentes éticas

o    Equidade no acesso à propriedade intelectual

o    Propostas de reforma e tendências globais

9.      Conclusão

o    Síntese dos principais desafios e oportunidades

o    Propostas para uma governança mais equitativa

o    Reflexão sobre o papel da lusofonia no sistema internacional

10.  Bibliografia Académica

o    Doutrina portuguesa, brasileira, europeia e internacional

o    Artigos científicos, teses e pareceres

o    Documentos oficiais da OMPI, OMC, UNESCO, INPI, SIPO, USPTO

 

CAPÍTULO I

Introdução Geral

 

1.Conceito e Evolução Histórica da Propriedade Intelectual

 

A propriedade intelectual constitui um ramo jurídico que tutela os direitos sobre criações do espírito humano, abrangendo invenções, obras literárias e artísticas, marcas, desenhos industriais, indicações geográficas, segredos comerciais, entre outros bens imateriais. A sua natureza jurídica é dual; por um lado, reconhece o direito exclusivo do criador ou titular; por outro, equilibra esse direito com o interesse público na difusão do conhecimento e da cultura.

Historicamente, a protecção da propriedade intelectual remonta ao Estatuto de Monopólio de Veneza (1474), considerado o primeiro diploma legal sobre patentes. Em Inglaterra, o Statute of Anne (1710) inaugurou o regime moderno de direitos de autor. A consolidação internacional deu-se com a Convenção de Paris (1883) para a propriedade industrial e a Convenção de Berna (1886) para os direitos de autor, ambas precursoras da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), criada pela Convenção de Estocolmo (1967).

A evolução do conceito acompanha a transformação das economias industriais em economias do conhecimento. A propriedade intelectual deixou de ser um instrumento meramente técnico para se tornar um eixo estratégico de desenvolvimento, inovação e competitividade global.

Justificação da Protecção Internacional

 

A protecção internacional da propriedade intelectual justifica-se por múltiplos factores:

·         Globalização dos mercados: As criações intelectuais circulam transnacionalmente, exigindo normas harmonizadas para garantir segurança jurídica e previsibilidade.

·         Incentivo à inovação: A protecção estimula a criação ao assegurar retorno económico ao criador, promovendo investimento em investigação e desenvolvimento.

·         Equidade e desenvolvimento: A regulação internacional procura equilibrar os interesses dos países industrializados e em desenvolvimento, como consagrado na Declaração de Doha sobre TRIPS e Saúde Pública (2001).

·         Combate à contrafacção e pirataria: A cooperação internacional é essencial para enfrentar práticas ilícitas que prejudicam criadores, consumidores e economias nacionais.

Instrumentos como o Acordo TRIPS (1994), no âmbito da OMC, estabeleceram padrões mínimos de protecção e mecanismos de resolução de litígios, reforçando a arquitectura jurídica internacional.

sexta-feira, novembro 28, 2025

Manual Prático de Direito Internacional da Aviação


 

 


Prefácio

O presente Manual Prático de Direito Internacional da Aviação nasce da necessidade de sistematizar, em língua portuguesa, um conjunto de normas, princípios e práticas que moldam um dos sectores mais dinâmicos e estratégicos da vida contemporânea. A aviação civil, desde os seus primórdios, deixou de ser apenas um meio de transporte para se tornar um verdadeiro motor da globalização, da integração cultural e do desenvolvimento económico. A obra percorre os fundamentos históricos e jurídicos da aviação internacional, analisando as principais convenções que estruturam o sector desde a Convenção de Paris (1919) à Convenção de Montreal (1999) e destacando o papel das instituições internacionais, como a ICAO e a IATA, bem como da UE através da EASA e da regulação comunitária.

Com especial atenção, dedicam-se capítulos próprios a Portugal e a Macau, dois espaços jurídicos distintos mas unidos por uma tradição lusófona e por uma vocação internacional. Em Portugal, a integração plena no espaço aéreo europeu e a aplicação rigorosa das convenções internacionais demonstram a maturidade do sistema jurídico nacional. Em Macau, a autonomia legislativa e a função de ponte entre a China e os países de língua portuguesa conferem ao regime da aviação civil uma relevância singular.

Este manual não se limita a descrever normas mas procura também reflectir sobre os desafios contemporâneos como o terrorismo, cibersegurança, sustentabilidade ambiental, drones e aviação espacial que exigem respostas jurídicas inovadoras e cooperação internacional reforçada. A bibliografia académica e os anexos legislativos que acompanham a obra oferecem ao leitor instrumentos de consulta directa, permitindo aprofundar o estudo e aplicar os conhecimentos em contextos práticos e académicos.

Assim, este livro dirige-se a juristas, académicos, reguladores, profissionais da aviação e estudantes, mas também a todos os que reconhecem na aviação civil um campo privilegiado de observação da interacção entre soberania, cooperação e inovação. Que esta obra possa contribuir para o fortalecimento da reflexão jurídica e para o desenvolvimento de soluções que garantam uma aviação segura, sustentável e promotora de integração global.

 

Índice

 

 Capítulo 1 - Introdução ao Direito Internacional da Aviação

·         Origem e evolução histórica do transporte aéreo

·         Princípios fundamentais: soberania do espaço aéreo, liberdade de navegação, segurança

·         Relação entre Direito Internacional Público e Direito Aeronáutico

 Capítulo 2 - Convenções Internacionais Fundamentais

·         Convenção de Chicago (1944)

·         Convenção de Varsóvia (1929) e Montreal (1999)

·         Convenção de Tóquio (1963), Haia (1970) e Montreal (1971) sobre crimes a bordo

·         ICAO (Organização da Aviação Civil Internacional): estrutura e funções

Capítulo 3 - Regulação da Aviação Comercial e de Carga

·         Acordos bilaterais e multilaterais

·         Direitos de tráfego e liberdades do ar

·         Responsabilidade civil das transportadoras

·         Regulação de tarifas, segurança e protecção ambiental

Capítulo 4 - União Europeia e o Espaço Aéreo Comum

·         Regulamentos europeus aplicáveis à aviação civil

·         EASA (Agência Europeia para a Segurança da Aviação)

·         Direitos dos passageiros (Regulamento CE n.º 261/2004)

·         Regime de licenciamento e concorrência

Capítulo 5 - O Regime Jurídico da Aviação em Portugal

·         Constituição da República Portuguesa e soberania aérea

·         Código da Aviação Civil e legislação complementar

·         ANAC - Autoridade Nacional da Aviação Civil

·         Infra-estruturas aeroportuárias e concessões (ANA Aeroportos)

·         Responsabilidade administrativa e penal

·         Jurisprudência relevante e casos emblemáticos

Capítulo 6 - O Regime Jurídico da Aviação em Macau

·         Regime jurídico especial sob a RAEM

·         Lei Básica de Macau e soberania delegada

·         Regulamento Administrativo n.º 10/2003 (Aviação Civil)

·         Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM)

·         Relações com a ICAO e acordos bilaterais com países lusófonos

·         Infra-estrutura aeroportuária: Aeroporto Internacional de Macau

·         Desafios regulatórios e integração regional

Capítulo 7- Aviação, Segurança e Ciberespaço

·         Protecção contra interferências ilícitas

·         Cibersegurança na aviação civil

·         Cooperação internacional em matéria de segurança aérea

Capítulo 8 - Perspectivas Futuras e Desafios Globais

·         Aviação sustentável e neutralidade carbónica

·         Drones e veículos aéreos não tripulados

·         Aviação espacial e turismo orbital

·         Cooperação lusófona em matéria de aviação

Bibliografia

·         Mendes de Almeida, Direito Aéreo Internacional, Almedina

·         Jorge Bacelar Gouveia, Direito Público da Aviação, Coimbra Editora

·         ICAO Legal Committee Reports

·         European Union Aviation Safety Agency (EASA) publications

·         AACM - Relatórios anuais e pareceres jurídicos

·         Legislação portuguesa e macaense consolidada

Anexos Legislativos

·         Texto integral das principais convenções internacionais

·         Regulamentos europeus aplicáveis

·         Leis e regulamentos nacionais de Portugal e Macau

·         Modelos de acordos bilaterais